terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Vestindo as camisas

Você gosta de vestir as camisetas dos kits de corridas, triatlons e outras provas? Eu gosto. E hoje fiquei pensando nos motivos.



É período de descanso e, portanto, não tenho acordado cedo pra treinar, durmo mais tarde, relaxei um pouco a minha dieta espartana... Estou quase preguiçosa. Então, de manhã, quando fui me vestir pra ir pro trabalho, decidi que iria colocar a camiseta do 70.3 de Penha 2009. Por quê? Para lembrar que sou uma atleta amadora, que não comprei aquela camiseta numa loja e nem ganhei de presente. Suei por ela. E gosto de suar. Aí, pronto, vem entusiasmo e orgulho. E já fico ansiosa pra subir na bike e pedalar 80km.

A camiseta, às vezes, é um troféu que a gente exibe publicamente. Principalmente quando ela traz, além do nome da prova, distâncias, data e local, os dizeres “finisher”. Algumas, além de tudo, são feitas de ótimo tecido, criativas e esteticamente agradáveis. Estilizam o movimento dos atletas praticando a modalidade, usam combinações de cores fortes, mas sem excessos, deixam os patrocinadores nas costas. Outras, um verdadeiro lixo. Não servem nem pra pano de chão. Quer um exemplo? As camisetas da São Silvestre. O corte é horrível, o tecido pavoroso e a estampa, meia boca. As camisetas do Troféu Brasil melhoraram, pois também eram qualquer nota. Hoje em dia o corte e o tecido têm mais qualidade mas as estampas são inconstantes: em algumas, são bonitas, em outras são de um mau gosto à toda prova (e não vamos nem mencionar as medalhas... estava na hora de mudar isso, hein, seu Núbio?). Fiquei decepcionada em Clearwater quando vi que em vez de camiseta de finisher, era um boné. Não é a mesma coisa.

Algumas camisetas só uso para treinar em casa (são as menos cotadas), outras, são para o treino na academia – aí, depende. Quando mudei de academia, decidi vestir umas camisetas de corridas mais antigas... À toa? Que nada. Era pra mostrar que não sou novata no ramo. No Ibira, pra impor respeito, nada de camiseta de corrida. Só de triathlon.

Com o tempo, algumas camisetas que eram favoritas, perdem status e vão lá pro último lugar da pilha. Elas que outrora passeavam toda hora, ficam relegadas ao esquecimento, quando chega uma nova e reluzente.

Às vezes, como hoje, uso essas camisetas em situações que não são de treino: no trabalho, ida ao supermercado ou uma saída qualquer. Quando visto as de triathlon, particularmente, sinto como quem veste a camisa de um time. Um time pouco conhecido. Quem sabe, me olha cúmplice. Quem não sabe, nem presta atenção.

Do mesmo modo que um torcedor ou um jogador gosta de vestir a camisa e, assim, mostrar que pertence a um grupo, nós triatletas, gostamos de mostrar que fazemos parte dessa tribo. É ou não é?

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Votos poucos ortodoxos para os atletas ou Que venha 2010, trazendo...



...Mais amigos e menos lesões.
...Menos bolhas e mais medalhas.
...Muitos treinos, trotes e troféus e poucas tristezas, traições, tombos e tromboses.
...Chuvas leves ao final das corridas, calor, no pedal da madrugada e raias vazias na piscina.
...Romeiros sem romaria, Riacho (Riachove ou Relaxo) Grande sem garoa, Dom Pedro sem acidentes.
...Disposição, disciplina, determinação, flexibilidade e criatividade para nos adaptarmos quando o imponderável, o imprevisível e o inevitável atrapalharem os planos e as planilhas.
...Tolerância e traquejo para que os familiares agüentem enquanto treinamos treinamos e treinamos para o Iron 2010.
...Dinheiro para poder comprar os suplementos e equipamentos sem comprometer o orçamento doméstico.
...Saúde, sorte e cabeça para chegar até 30 de maio em condições de fazer o Iron.
...Um Iron completado com saúde, alegria e um tempo decente.
...Um pós Iron sem depressão pós Iron.
...Mais diversão e menos culpas.
...Assuntos pra escrever neste blog e continuar tendo leitores.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Querida amiga Thelma

Você foi uma das raras e gratas surpresas trazidas por 2009. Conhecemos-nos em 2007, conversamos em algumas ocasiões naquele ano e também em 2008, mas foi agora, de uns meses para cá, que nos aproximamos.
Logo que comecei a treinar na MPR, vi o lugar de destaque que você ocupava e passei a admirá-la. Para meu espanto, embora você sempre fosse tratada com atleta de ponta na assessoria, diferente de muitos, não era arrogante nem antipática. Ao contrário. Lembro de um treino no Ibirapuera em que consegui emparelhar com você e terminamos juntas uma volta de 3 km. Quando estávamos quase chegando, eu ia afrouxando o passo e esmorecendo, mas você não deixou! Empurrada pelas suas palavras firmes consegui completar a volta com você. Naquele dia, contei pra todo mundo o meu feito: "Consegui acompanhar a Thelma!".
Desde a metade deste ano, logo após você completar seu Iron — com distinção e louvor, passamos a conversar mais: na padoca, por torpedo, durantes os treinos. Apresentei a você uma paixão: Dean Karnazes, e um vício: bananinha Tribom. Você me ajudou a começar a treinar na Sumaré. Teve aquele churrasco em casa e, então, aquele fim de semana em Ibiúna.
Surpresa número 1: fiz o convite e você topou na hora. Afinal, ir pra um sítio junto com toda a minha família, incluindo pai e mãe, sem nem perguntar nada, sem frescura e sem embaço, não é qualquer um...
Surpresa número 2: você com meus filhos. No caminho de ida, confiando no taco deles e no seu, fiz a proposta quando paramos para comprar frutas: “Quem quer ir com a Thelma?” Martim e Félix se prontificaram no mesmo instante. A conversa rolou solta. Você acertou na mosca. Começou o papo certo: futebol. Quando chegamos, os dois já estavam totalmente arrebatados. E jogou bola na piscina pra eles defenderem, fez stickers, bateu um tênis e até assistiu “Amazing Race” junto com eles. E não podia desaparecer da vista deles por mais de 2 minutos que já vinham atrás de mim: “Cadê a Thelma? Onde ela foi?”
Surpresa número 3: sua desenvoltura com meus pais. Ficar à vontade com a minha mãe é fácil. Mas com meu pai... Não é bem assim. E o mais surpreendente. Ele é tímido. Reservado. Para ele comentar “puxa, mas como ela deixa a gente à vontade” é porque realmente...
E no meio disso tudo, nós ainda conseguimos sair pra nadar, dar um trotinho, conversar, beber, comer e rir!
E veio Pira, com seu níver, comemorado à beira-rio, o susto com a tireóide, a cervejinha no fim da tarde, e as conversas em cima da bike na madrugada da USP.
Agora essa história. Essa trombada que a vida lhe deu. Como você disse, uma oportunidade de reformatar o HD. Você pergunta: Quem é a Thelma tripateta sem o triathlon? Posso tentar responder?
Querida. Muito querida. Muito mais do que uma atleta, triatleta ou tripateta. De pateta, aliás, você não tem nada. È uma amiga ponta firme, que não embaça, não enrosca e não enrola. Pessoa versátil, que trata as crianças como seres inteligentes e interessantes e os adultos sem formalidades ou frescuras. Antenada, não sai falando qualquer besteira só pra dar opinião. Durona, não quer precisar de ninguém pra ir ao medico, fazer exames ou passar à noite no hospital. Durona, já quer rebootar o sistema sem nem ao menos xingar o computador ou chorar de raiva pelo trabalho perdido (justo aquele que não foi salvo).
Aqui em casa você tem um fã clube. Fã clube da Thelma Filipovitch Pereira. Independente da modalidade que você pratique. Independente dos resultados que você alcance. Você já tem nosso troféu máximo: o de grande amiga.

Aviso aos leitores: a Thelma é uma grande amiga, saudável e esportista que teve uma inesperada trombose.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Meu pé, meu querido pé, que me aguenta o dia inteiro

Meus pés sempre foram um caso sério. Quando eu era pequena, era chato e virado pra dentro. O pediatra sugeriu que eu usasse botinhas ortopédicas. Felizmente, minha mãe bateu o pé e não acatou a sugestão. A outra opção era me tornar um pé-de-valsa e fazer dança. Felizmente, de novo, minha mãe teve o bom senso de não me colocar no balé clássico (esta crueldade fiz comigo mesma mais tarde) mas em aulas menos rígidas.
Embrenhei-me pela tal “expressão corporal”, depois pelo jazz, dança moderna e dança contemporânea, flamenco, danças étnicas e até mesmo o tal do balé clássico. Isso sem falar na capoeira e na ginástica olímpica com as quais dei uma “ficada”.
Meu pé ganhou corpo. Na adolescência usava sandália de couro ou tênis bamba. Nas férias, andava muito descalça pelas pedras das praias. Ele foi se tornando um indomável.
Quando as primeiras situações mais formais foram surgindo, começou o drama. As primeiras vezes de salto alto foram uma aventura. Pensa que é fácil se equilibrar naquelas alturas? Isso sem falar nas bolhas do calcanhar. Acho que determinados sapatos deveriam vir com um aviso igual o de cigarro: O Ministério da Saúde adverte: este calçado é prejudicial à sua coluna.
Bico fino, nem pensar. Sinto-me com a própria irmã malvada da Cinderela, tentando enfiar aquele pezão dentro do delicado — e minúsculo — sapatinho de cristal. A diferença, no meu caso, é que eu não ia garfar nenhum príncipe no caso de conseguir calçar os sapatos.
E olha que não sou Marcelinho Carioca, mas tenho quase pé-de-anjo. Até a gestação dos gêmeos eu calçava 35-36. Agora calço 36-37 e, em um caso excepcional, tenho um tênis USA 8,5 que corresponde ao nosso 38!
Depois que comecei a correr, a vida dos meus pés ficou ainda mais complexa. Não sei, mas acho que eles ficaram ainda mais rebeldes e musculosos. É raro conseguir que eles fiquem felizes confinados em calçados fechados que não sejam tênis e em calçados abertos que não sejam chinelos. Isso é um problema porque a “senhora diretora” não pode ir de tênis ou chinelo ao Gabinete do senhor Secretário e nem tampouco receber pessoas “de fora” nessas condições.
É também difícil conseguir comprar sapatos. Uma coisa é experimentar por 30 segundos na loja, outra, muito diferente, é caminhar da Avenida São Luis até o Largo do Arouche com eles, depois de uma reunião em que eles deram aquela inchadinha. Tenho alguns pares praticamente novos que não consegui usar mais de uma vez. Quando consigo um par que passa pelo teste da reunião/caminhada, meus pés tornam-se absolutamente monogâmicos. Casam com aquele calçado e ficam até que a morte — ou uma sola tão gasta que não possa ser recuperada — os separe.
No dia a dia profissional raramente vou trabalhar de tênis. Só quando tenho certeza de que não serei chamada para nenhum evento mais formal. Mesmo assim, já aconteceu de ser convocada de última hora para uma cerimônia no Palácio dos Bandeirantes e ter de improvisar pegando uma blusinha mais ajeitada com uma e um sapatinho (que ficou apertaaado) com outra, porque naquele dia estava justamente vestindo tênis e camiseta de corrida.
Demorei pra me acertar com os tênis, sapatilhas e meias na minha vida esportiva e ainda não consegui deixar meu parzinho totalmente satisfeito. Rebeldes, fortes, indomáveis e sensíveis meus pés sofrem com bolhas, com um Neuroma de Morton que os deixa dormentes, formigam, incham, ficam apertados. No inverno, ficam gelados durante o pedal da madruga, e, depois de algum tempo, adormecem. Durante as provas longas, incham muito e, em Penha por exemplo, não consegui ficar com a meia do pé direito de tanto que me apertou.
Meus pés também são uma área vulnerável: já tive fratura por estresse no segundo metatarso, fasceíte plantar e tendinite dos fibulares e do calcâneo.
Não tem jeito, pra melhorar a vida desses meus pés de chinelo, tive de fazer várias experiências.
Fiz o teste da passada, meu pé, depois de tanta atividade, não é mais chato, é cavo e estou usando uma palmilha. Isso ajudou. Para correr depois de pedalar 90k, tênis 38 e meia velha! Bolinha de tênis para ser pisada ao longo do dia, quando estou só ou bem acompanhada, na minha sala. Alongamento da panturrilha. Sempre. Unhas curtíssimas. Algumas quase não existem – mas nunca perdi uma delas. Tirar os sapatos sempre que possível. Tênis Mizuno ou Newton. Meia, ainda não me achei. Gostei da biofresh, mas ainda não testei num treino mais longo. Não gostei nem da Adidas nova nem da Asics. Tive umas Adidas simples que eu adorei. Usei-as todas até furar. Alguém tem alguma dica?
Agora, verdade seja dita: meus pés parecem de lavrador. Cheio de calos, ressecados, cheios de cicatrizes das bolhas arrebentadas. Lindos. Tão lindos que eu nunca vou “fazer o pé”. Acho ridículo ter as unhas dos pés pintadas e não vejo mais como domesticá-los: são uns selvagens.
Mas temos que dar a maior atenção para eles. São eles que nos deixam por o pé-na-estrada e correr como um pé-de-vento. Podem mudar a nossa sorte, como um pé-de-coelho ou acabarem com a gente, num pé-d’ouvido. Xiii, melhor encerrar o assunto, que isso já está sem pé nem cabeça.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Meu maior medo...


... em relação ao triathlon é morrer num treino de estrada. Este ano treinei pedal algumas vezes na Dom Pedro e confesso: fiquei tensa. E não me venham com essa conversinha mole de que “quando é pra ser, é pra ser” “quando chega a hora” ou “quando não é a sua hora” bla bla bla. Sim, pedalar em rodovias grandes, por onde passam carros e caminhões em alta velocidade, aumenta suas chance de ver “a sua hora chegar”.
Você pode fazer tudo direitinho: andar em grupo, pelo acostamento, não clipar quando passam os caminhões, sinalizar suas manobras etc e tal. Mas um pequeno erro de cálculo, pequeno como a passagem das rodas por entre dois pequenos obstáculos (tartaruguinhas), pequeno como um galho caído maior do que se pensava, pequeno como um punhado de areia ou uma mancha óleo na pista, podem ser fatais.
Este ano presenciei um acidente com o Armandinho Bassani. Estávamos pedalando em um pequeno grupo quando ele perdeu o controle da bike numa descida no acostamento da Dom Pedro e se chocou contra uma mureta de proteção. Se ralou inteiro mas, teve sorte, pois não passou disso. Foi bem na minha frente.
A USP também foi palco de vários acidentes mas, como o trânsito de carros e outros veículos é um pouco menos intenso e em velocidades mais baixas que na estrada, os acidentes, na maior parte das vezes, não foram graves. Três dias antes de Pirassununga, durante o treino na USP vi o André Rappaport (colega da MPR)escorregar numa mancha de óleo e deslizar pelo chão. Por sorte, não vinha nenhum carro atrás. Ele se levantou rapidinho. E inteiro.
Acabei de ficar sabendo que a Ana Lidia sofreu um acidente grave na Dom Pedro. Conheci a triatleta antes de ir pra Clearwater em 2008. Como ela tinha ido em 2007, me deu um monte de dicas. Foi muito prestativa e simpática. Ela já está se recuperando mas, pelo que soube, caiu da bicicleta e foi atropelada por um carro. Sua sorte foi que o caminhão que passava conseguiu desviar-se dela. Estou torcendo muito, mas muito mesmo para que ela se recupere rápido e que não tenha nenhum tipo de sequela.
Esse acidente me faz refletir se vale mesmo a pena ir para estrada. Ano que vem terei treinos de até 160 km mas, sinceramente, não sei se estou disposta a correr riscos em grandes rodovias. Romeiros e Riacho Grande são lugares de pouco tráfego e baixas velocidades. Talvez não sejam ideais para quem quer completar um iron. Mas pelo menos, minhas chances de chegar inteira até lá, aumentem.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Culpas e desculpas



Sabe qual a grande diferença entre triatletas profissionais e amadores? A quantidade de culpa com a qual tem de lidar.
Atire a primeira pedra quem não tem uma vasta coleção de culpas por conta de sua vida de triatleta amador. Quer gostemos ou não, fomos criados numa sociedade basicamente judaico-cristã, religiões essas que têm na culpa um de seus mais fortes e poderosos alicerces. E, puxa vida, quem conhece sentimento mais inútil, paralisante e incômodo do que a culpa? Mas chega de filosofia barata. Vamos ao que interessa. Quem nunca sentiu culpa por...
1. Não conseguir dar conta da planilha de treinos, na íntegra?
2. Não querer ir às festas de família, às happy hours ou jantares?
3. Cair de boca no bolo de chocolate justo quando você ia tão bem na sua decisão de seguir à risca as orientações da sua nutricionista?
4. Só querer falar de treinos, provas ou assuntos ligados ao triatlon?
5. Deixar de fazer o último tiro da série 10x 400 metros, forte?
6. Não ter ouvido o corpo, forçado mais do que devia e se lesionado?
7. Ter terminado o treino sem se esfalfar, achando que poderia ter dado mais de si?
8. Gastar dinheiro na roda importada?
9. Perder a hora e perder o treino?
10. Ir pra estrada no domingo cedo em vez de levar os filhos para passear?
11. Chegar tão cansado(a) do pedal da estrada que não tem forças nem pra conversar com as crianças e marido/esposa?
12. Ficar escrevendo /lendo blog sobre triathlon em vez de ir jantar?


Culpa por falta, culpa por excesso. Parece que não temos por onde escapar. A vida do amador é dura. Estamos sempre no fio da navalha. Mas a culpa não leva a lugar nenhum. Então vão algumas idéias:

1. Se não conseguir dar conta da planilha de treinos, na íntegra, faça o melhor que puder. Dê prioridade à modalidade na qual você é mais fraco ou, se tiver parado por causa de lesão, escolha o treino que vai ajudar você a se recuperar.
2. Se não quer ir às festas de família, às happy hours ou jantares, telefone, desculpe-se e, quando não tiver jeito, dê uma passadinha só pra dar um alô. Um pouco de consideração e concessões são fundamentais para gente não virar um total obsessivo e anti-social.
3. Se cair de boca no bolo de chocolate justo quando você ia tão bem na sua decisão de seguir à risca as orientações da sua nutricionista, tente não exagerar. Em vez de comer metade do bolo, coma uma fatia, devagar, saboreando.
4. Se você só querer falar de treinos, provas ou assuntos ligados ao triatlon, troque emails, escreva um blog, converse com quem também curte... Mas segure sua onda quando estiver com pessoas que não sabem a diferença entre teatro e triathlon. Melhor conversar sobre outro tema: futebol, clima sei lá.
5. Se você deixar de fazer o último tiro da série 10x 400 metros, forte, não precisa contar pra ninguém, precisa? Nem pro seu técnico. Viva com isso, carregue o segredo para o túmulo e tente não sofrer muito.
6. Se você não ouvir o corpo, forçar mais do que deve e se lesionar, nem precisa sentir culpa. Você vai ser castigado pela dor e pelo período em que terá de ficar sem treinar. Vai adicionar culpa pra que? Já está expiada.
7. Se você terminar o treino sem se esfalfar, achando que poderia ter dado mais de si, volte pra pista e corra mais 20 km. Ou, em vez disso pense que você está bem condicionado e, por isso não está mais se esfalfando!
8. Se você gastar dinheiro na roda importada e o dinheiro for seu, qual é o problema? Mas não exagere. Estabeleça um teto para seus gastos e negocie com você mesmo.
9. Se você perder a hora e perder o treino, chore e se autoflagele com o chicotinho. Vai fazer o que? Encaixe o treino em outro horário ou desencane.
10. Se você for pra estrada no domingo cedo em vez de levar os filhos para passear, leve os filhos mais tarde!
11. Se você chegar tão cansado(a) do pedal da estrada que não tem forças nem pra conversar com as crianças e marido/esposa. Não converse. Peça mais meia hora de alvará e depois trate de tomar um banho e fazer um programa que preste. E de bom humor.
12. Se você ficar escrevendo/lendo no blog sobre triathlon em vez de ir jantar em plena sexta-feira, pare imediatamente, desliga esta droga de computador e vai jantar!