Neste último sábado, porém, em vez de irmos em sexteto como nas edições anteriores, montamos dois trios: um feminino o outro masculino. Foi muito divertido.
Nosso esquema para a prova, made by Roi |
O Roi pode não ser bom em encontrar as coisas mas é perito em montar planilhas, esquematizar informações e colocar no papel. Portanto, mais uma vez, a logística da prova ficou por sua conta.
Viajamos na sexta à noite, no Doblo: David, Mari, Julinha, Roi e eu. Paramos num posto e comemos uns sanduíches de pão borrachento com queijo gosduroso e mal derretido. Ninguém nem ligou. Lembrei de tantas vezes que desci pro litoral e parei neste mesmo posto, louca pra chegar na praia, tomar cerveja, umas vodcas, ficar na farra até altas da madrugada e acordar tarde e com dor de cabeça no dia seguinte. A parte boa era conviver com os amigos, dar risadas, falar besteira. Então alguns anos depois, estou indo novamente pra praia com amigos e marido, rindo e falando besteira. Só que sem a ressaca do dia seguinte. provas de corrida podem sem uma coisa ótima!
Chegamos à nossa Pousada, simples mas limpa e ao lado do PC1 - largada do segundo trecho. Ficamos num "chalé triplex" que não era um chalé nem aqui nem na China e sim um apartamentinho de dois andares, com várias camas, cozinha e dois banheiros.
Aprontamos as coisas pro dia seguinte - principalmente eu, que seria a primeira a correr - e nos jogamos nas camas.
A noite não foi das melhores. Gente batendo papo, crianças gritando, barulhos em geral. Mas, se o desempenho das provas dependesse das noites da véspera, eu teria sempre um péssimo resultado. É raro dormir bem.
Na manhã seguinte, Mari acordou queixando de dor de garganta. Tossiu a noite inteira. Sorte que a Julinha dorme como uma pedra, nem escutou.
Tamara e Zé passaram pra me pegar. Nós dois faríamos uma dupla, pois correríamos os mesmos trechos: 1, 4 e 7. Chegamos a cinco minutos da largada. Não deu nem pra alongar. E, confesso, não deu também aquela emoção que costumava me dar antes do início de uma competição. Seria um longo dia e eu estava tranquila.
Fomos juntos, num ritmo mais lento do que a maioria dos corredores mas, pouco a pouco, fomos apertando o passo. Falei pro Zé que ele poderia ir, sem se preocupar comigo. Ele foi, mas logo emparelhei. A areia dura, o tempo fechado, o espaço aberto e a musiquinha no Ipod nos empolgaram e chegamos ao final do trecho 1 bem acelerados. Lá, nos esperava a segunda dupla: Mari e David, além da Tamara que nos levou até nosso próxima largada.
Fiquei muito contente com meu desempenho. Tenho treinado corrida bem mais ou menos portanto, estava temerosa. Os joelhos estavam ótimos, mas fiz um gelinho assim mesmo.
Nem deu muito tempo de descansar, já era hora do nosso segundo trecho, que saia de Guaratuba e também vai pela praia quase todo o tempo. Como o Roi chegou um pouco antes, Zé largou na frente e passei metade da corrida tentando alcançá-lo. Enquanto esperávamos nossa saída ele veio com aquela conversa de que não aguentaria manter o mesmo ritmo tal e coisa. Ba-le-la. Saiu queimando o chão e eu me esbafori pra chegar nele. Resultado, no final o joelho começou a pegar. Não o que estava doendo ultimamente. O outro. O esquerdo, que foi o primeiro a começar a doer logo depois do Iron, então passou pro direito. Caprichei nos cuidados com o direito. O esquerdo ficou invejoso e resolveu doer no final da nossa segunda perna.
Zé terminou um pouquinho na minha frente mas, não adiantou nada. A Mari tinha pifado e, para não perdermos a viagem, o David esperou eu chegar para levar nosso chip até o o trecho em que a Julinha assumiria.
Tomei um advil, fiz gelo e rezei. O trecho 7, Juréia - Juqueí, era o meu último, porém o mais difícil. Mais uma vez, nossa espera foi curta. Julinha e Roi vieram voando.
Zé também estava cansado e foi mais devagar. Logo de saída vi que meu joelho não iria dar trégua. O piso, pra complicar ainda mais a situação, é muito irregular: estrada de terra toda esburacada, pedregulhos, serrinha, areia dura e, no finzinho, areia fofa pra acabar com a gente de vez.
Quase desisti. Mas, quando se está em equipe, a responsabilidade é maior. Depois, esse negócio no joelho é só chato e doloroso, mas não é grave. Correr com o joelho assim não vai arrebentar meu tendão, quebrar minha patela ou me aleijar de qualquer modo. Respirei fundo, tente me distanciar da dor e, no final, consegui até apertar um pouco mais o passo. Sobrevivi, terminei com o joelho inchado mas, como diz o ditado, ajoelhou, tem de rezar ou, no caso - correr.
David levou os dois chips novamente. Entregou para Roi e Julinha e, até sair o resultado da prova não sabíamos se ele tinha entregado o chip certo.
Os dois fizeram o trecho final. Fui no carro com o Zé e Tamara, enfiada no teto solar, mexendo com os corredores. Festeja e aplaudia os "solo" e as pessoas que conhecia. Às vezes os corredores que estavam próximos ficam esperando que eu dissesse alguma coisa, mas eu brincava "ah, não, você não é solo, tá fazendo só este trechinho, não merece aplauso". Avistamos a Julinha descendo a ladeira sem freio algum e, até estacionar o carro, Roi e ela já tinham chegado. Uma pena. É muito legal todo mundo estar junto na reta final.
Nem esperamos o resultado. Afinal, sabíamos que não seria justo levarmos troféu e subirmos no pódio, já que nossa equipe teve de fazer uma gambiarra pra não sair da prova. Outra pena. Ficamos em terceiro no trio feminino e, tenho certeza, de que teríamos ficado em terceiro se a Mari tivesse corrido porque além de ela ter acompanhado bem o David em seu primeiro trecho, ficamos uns 30 minutos na frente das quartas colocadas. Acontece.
Mari e David conseguiram carona pra São Paulo e subiram assim que terminamos. Nós cinco fomos almoçar num delicioso restaurante italiano lá em Maresias. Tomamos vinho, comemos bem e falamos de tudo um pouco. E começamos a planejar o próximo ano.
Mais uma vez, foi ótimo. Nada como uma corrida pra gente se divertir com os amigos.
Já ouvi falar muito bem dessa prova, uma hora dessas vou solo. Vocês precisam vir pra volta a ilha...
ResponderExcluirAbraço,