sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ironman II - Lições e agradecimentos

Lições de um segundo Iron
A experiência desta prova foi muito diferente da primeira, mesmo assim, uma regra se confirmou: o resultado da prova expressa o que foi treinado. Nas provas curtas é possível ter um tempo melhor do que os tempos de treino. No Iron não há menor possibilidade. Na melhor das hipóteses, você faz o que treinou.
Com exceção da natação, fui mais rápida em todos os meus tempos:

Natação 2010 1h06m35s Natação 2011 1h09m59s

T1 2010 11m25s (perderam minha sacola...) T1 2011 5m08s

Ciclismo 2010 6h12m51s Ciclismo 2011 5h59m37s

T2 2010 6m00s T2 2011 2m46s

Corrida 20103h58m30 Corrida 2011 3h57m35s

Aprendi a ser rápida na transição, pedalei melhor e ainda consegui baixar quase um minuto na corrida.
Treinei melhor, fiz um tempo melhor.
Saber lidar com as próprias expectativas, exigências e críticas é quase impossível de treinar e, durante o Iron, são obstáculos tão ou mais difíceis do que as distâncias que temos de transpor. Isso, depois do debut, é muito mais complicado. Quando estava me preparando para o primeiro Iron fiz uma estimativa do tempo que iria demorar MAS não me cobrei muito, não. O principal objetivo era cruzar a linha de chegada sem rastejar. No segundo, no mesmo percurso que o primeiro, não tem jeito: queremos superar nossa própria marca. Ao longo de toda a prova essa cobrança martelou minha cabeça e não foi bom. Passei por uma montanha russa de sensações, alternando momentos em que me sentia bem tanto física quanto psicologicamente com outros em que queria desistir.
Ao longo dos meses estive muito focada. Minha prioridade era cumprir minha planilha, no ritmo proposto. Abri mão de treinar com amigos e amigas porque queria fazer o meu ritmo e não bater papo. Foi muito mais solitário. Não fiz treinos de corrida na rua, pra não quebrar o ritmo –  fiquei na USP,  no Ibira e  noVilla Lobos. Algumas vezes, esteira. Sem música. Nos longos, com fuelt belt (com gel e accelerade), meia de compressão, viseira, o tênis e o modelo de meia que iria usar. O mais parecido com a prova possível.
No pedal tentei sempre andar com a média acima dos 30km/h. Não foi fácil e algumas vezes caí na tentação de pegar uma roda. Ainda assim, buscava uma roda daquelas bem difíceis, atrás da qual eu tivesse de fazer força.
Foi uma viagem solitária, focada e concentrada. Assim como a prova. Sem muitas gracinhas e brincadeiras. Um pouquinho, porque não combina comigo ser sisuda. Séria sim, sisuda não.
Entendi melhor o que é ser um Ironman. Dei muito mais de mim, terminei mais perto do limite, com a sensação de que venci a guerra depois de uma série de árduas batalhas. Por incrível que pareça, acho que tenho margem pra melhorar ainda um pouco mais. E, confesso, isso me assusta.


Agradecimentos
O Iron é uma prova individual mas, mesmo assim, competimos respaldados por uma equipe: técnicos, nutricionistas, parceiros de treino e família.
Meu segundo Iron não escapou à regra. A lista de pessoas que ajudaram, torceram e apoiaram é extensa. Agradecer nunca é demais. Então... agradeço, sem nomear todo mundo. Quem não for citado textualmente, mas estiver lendo este relato, por favor, sinta-se contemplado pela minha gratidão. Agradeço:

O apoio da minha família que, mais uma vez, soube compreender e suportar o fato de ter uma mãe/esposa/filha pouco disponível por tanto tempo.

Ao meu técnico Wagner Spadotto, a quem devo muito do meu resultado. Ele soube exigir de mim, colocar metas difíceis mas possíveis e, no momento crítico estava lá para me incentivar. Wagner você é um PUTA TÉCNICO além de ser uma pessoa maravilhosa. Conhecer e conviver com o Spadotto Team também deu aos treinos e ao Iron um gostinho especial. Valeu Spadotta, Karla, Kaká, Ronaldo e Nati!

À Julinha, parceira de treino, companheira de padoca e de momentos familiares além de técnica especializada em compressão de bisnaguinhas.

Nilma e Pedro Fernandes pela companhia sempre animada e as intermináveis conversas sobre triathlon.

Thelma e Gra, irmãs, amigas, madrinhas de triathlon, pela torcida e as palavras “calmantes” antes da prova.

Mari Klopfer pelas conversas, toques e a confiança no meu bom senso.

Aos amigos triatletas, corredores e técnicos da MPR, Planet, Sumaré Sports, BK (entre outras assessorias) por suas palavras de incentivo e por compartilharem comigo esta paixão pelo esporte.

A todos os amigos não triatletas e colegas de trabalho que tiveram paciência de me ouvir contar sobre os treinos e a prova e que torceram por mim mesmo sem entender como posso gostar desta insanidade.

Aos leitores deste blog que me escrevem, me incentivam, me acompanham.

4 comentários:

  1. Amiga, voce é a cara! Parabéns de verdade!!! Beijinhos muitos da Biba.

    ResponderExcluir
  2. Nós, leitores, que agradecemos !
    Nada melhor que ler uma relato desses para dar vontade de sair e ir da uma corridinha...
    Forte Abraço e NOVAMENTE PARABÉNS !!!!

    ResponderExcluir
  3. Esse ano nem precisou de mim pra organizar as sacolas de special needs! Já estava tudo lá arrumadinho...fui só dar a bênção! rsrs

    ResponderExcluir
  4. São 01:30hs, acabei de ler teus relatos sobre o Im e o pós, segundo lugar, demais !!!
    Conseguiu melhorar bem o tempo, aprendi que na natação não da pra fazer muitos prognósticos, pois temos muitas variações, correntezas, navegação e distância, que varia de IM para IM. Ano passado todos que ja tinham feito IM baixaram tempo, o que deixou "quase" claro que tinha menos que 3.8k.
    Sabia que tinhamos algo em comum a competitivadade escancarada, sou como você estou sempre querendo melhorar, mas tenho minhas referências na categoria e com amigos de treinos, mas tudo na curtida mesmo.
    Vou até me comparar com você, fiz apenas o pedal melhor, no resto não estava num dia bom :P
    Em 2013 espero voltar quero fazer abaixo de 11 horas, se conseguir baixar os 23 minutos de transições terei boas chances hahaha.
    Quem sabe a gente não chega ombro a ombro, não sei se vais fazer ano que vem, mas acredito que vais baixar as 11hs.
    É sensacional ter ver competindo, parabéns, parabéns, parabéns. Abração ão ão ão.

    ResponderExcluir

Sua opinião é muito importante para nós. Escreva-a! Caso queira uma resposta, escreva para clauarat@gmail.com