segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Querida amiga Thelma

Você foi uma das raras e gratas surpresas trazidas por 2009. Conhecemos-nos em 2007, conversamos em algumas ocasiões naquele ano e também em 2008, mas foi agora, de uns meses para cá, que nos aproximamos.
Logo que comecei a treinar na MPR, vi o lugar de destaque que você ocupava e passei a admirá-la. Para meu espanto, embora você sempre fosse tratada com atleta de ponta na assessoria, diferente de muitos, não era arrogante nem antipática. Ao contrário. Lembro de um treino no Ibirapuera em que consegui emparelhar com você e terminamos juntas uma volta de 3 km. Quando estávamos quase chegando, eu ia afrouxando o passo e esmorecendo, mas você não deixou! Empurrada pelas suas palavras firmes consegui completar a volta com você. Naquele dia, contei pra todo mundo o meu feito: "Consegui acompanhar a Thelma!".
Desde a metade deste ano, logo após você completar seu Iron — com distinção e louvor, passamos a conversar mais: na padoca, por torpedo, durantes os treinos. Apresentei a você uma paixão: Dean Karnazes, e um vício: bananinha Tribom. Você me ajudou a começar a treinar na Sumaré. Teve aquele churrasco em casa e, então, aquele fim de semana em Ibiúna.
Surpresa número 1: fiz o convite e você topou na hora. Afinal, ir pra um sítio junto com toda a minha família, incluindo pai e mãe, sem nem perguntar nada, sem frescura e sem embaço, não é qualquer um...
Surpresa número 2: você com meus filhos. No caminho de ida, confiando no taco deles e no seu, fiz a proposta quando paramos para comprar frutas: “Quem quer ir com a Thelma?” Martim e Félix se prontificaram no mesmo instante. A conversa rolou solta. Você acertou na mosca. Começou o papo certo: futebol. Quando chegamos, os dois já estavam totalmente arrebatados. E jogou bola na piscina pra eles defenderem, fez stickers, bateu um tênis e até assistiu “Amazing Race” junto com eles. E não podia desaparecer da vista deles por mais de 2 minutos que já vinham atrás de mim: “Cadê a Thelma? Onde ela foi?”
Surpresa número 3: sua desenvoltura com meus pais. Ficar à vontade com a minha mãe é fácil. Mas com meu pai... Não é bem assim. E o mais surpreendente. Ele é tímido. Reservado. Para ele comentar “puxa, mas como ela deixa a gente à vontade” é porque realmente...
E no meio disso tudo, nós ainda conseguimos sair pra nadar, dar um trotinho, conversar, beber, comer e rir!
E veio Pira, com seu níver, comemorado à beira-rio, o susto com a tireóide, a cervejinha no fim da tarde, e as conversas em cima da bike na madrugada da USP.
Agora essa história. Essa trombada que a vida lhe deu. Como você disse, uma oportunidade de reformatar o HD. Você pergunta: Quem é a Thelma tripateta sem o triathlon? Posso tentar responder?
Querida. Muito querida. Muito mais do que uma atleta, triatleta ou tripateta. De pateta, aliás, você não tem nada. È uma amiga ponta firme, que não embaça, não enrosca e não enrola. Pessoa versátil, que trata as crianças como seres inteligentes e interessantes e os adultos sem formalidades ou frescuras. Antenada, não sai falando qualquer besteira só pra dar opinião. Durona, não quer precisar de ninguém pra ir ao medico, fazer exames ou passar à noite no hospital. Durona, já quer rebootar o sistema sem nem ao menos xingar o computador ou chorar de raiva pelo trabalho perdido (justo aquele que não foi salvo).
Aqui em casa você tem um fã clube. Fã clube da Thelma Filipovitch Pereira. Independente da modalidade que você pratique. Independente dos resultados que você alcance. Você já tem nosso troféu máximo: o de grande amiga.

Aviso aos leitores: a Thelma é uma grande amiga, saudável e esportista que teve uma inesperada trombose.

4 comentários:

  1. Sem palavras. Obrigada Clau, por tudo. Você é uma pessoa excepcional. A admiração é recíproca.

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  2. Nada como agradecer a quem merece. Parabéns! Nem todos conseguem fazer isso!

    Abraços!

    Rodrigo Stulzer
    transpirando.com

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  3. Thelma !!! Só te conheço das competições...mas sei que vc um exemplo de dedicação e amor ao esporte !

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