Eis
que resolvi ressuscitar este blog. Depois de meses de dormência, por motivos de
força menor, vamos voltar a escrever.
Nossa.
Tanto tempo sem escrever, acho que perdi a mão. Não encontro o assunto certo. Quando
parece certo, o tom soa errado.
Primeiro ia me justificar. Desfiar um rosário de atribulações, para que você, caro
leitor, me perdoasse a ausência. Entretanto, não tem desculpa, não tem perdão. Tampouco
tem importância. Foi uma escolha.
Escolhi silenciar um pouco e usar o tempo do blog em outros afazeres. Filhos, muitas
leituras, amigos... prioridades outras. Em suma: não há uma justificativa.
Pensei
também em escrever sobre envelhecimento. Fiz aniversário há pouco e isso faz a
gente pensar na vida, nas metas, no passar do tempo, nos ganhos, nas perdas. Assustei.
O tema era duro. Doloroso. Rugas, cabelos brancos, menopausa chegando, a
impressão de que o sol já não está mais em seu zênite, de que o jogo já está no
2º tempo. Muito deprê. Claro, iria comentar sobre como a idade também dá
perspectiva, como a chegada da maturidade nos deixa mais atento às nossas próprias
armadilhas e, sobre como a gente pode perceber que está se tornando um ser
humano melhor; passamos a ser mais tolerantes com outros e menos exigentes para
com gente mesmo. Também ia falar sobre o papel do esporte nesta fase da vida: como
nos ajuda a sofrer menos e até a envelhecer melhor, e mais devagar. Desisti.
Então
pensei em contar sobre minha falta de rotina de treinos e o esforço que tenho
feito para não me desorganizar, nem parar de vez. Mas aí teria de contar que
estou lesionada desde outubro e explicar que é uma tendinite de isquiotibiais,
dar todo o longo histórico, entrar em detalhes ortopédicos e fisioterapeuticos
e aí, bah, que chaaaato. “Pô, essa mulher só fala de lesão e falta de treinos!”
dirá meu leitor. Desencanei disso também.
Por
que não fazer um relato sobre a maratona de Buenos Aires? Afinal, foi minha
primeira maratona (as do Iron não contam, são testes de sobrevivência, como diz
meu amigo Portelinha). E foi ótima. Um trajeto bonito, plano, prova bem
organizada, sem muvuca. Tudo de bom. Mas... foi há quatro meses! Não vou
conseguir lembrar os detalhes, não vou conseguir narrar com emoção. Já esfriou.
Um dos momentos-pérola |
Minhas férias! Um clássico das redações escolares. Queria
emoldurar os muitos momentos “top ten” que vivemos. Mas foram muito
mais que dez. E ainda que todos tivessem sido fotografados, ainda assim, as fotos, emolduradas, não iram
conseguir trazer todas as emoções e sensações dos dias que passamos
juntos. Não
fomos pra Disney. Nem pro Japão. Nem pra Europa, França e Bahia. Sequer fomos
pra um lugar novo. Nosso destino foi a velha conhecida praia de Paúba, onde
passamos já tantas outras férias e finais de semana. Não
sei o que foi diferente, que fez tudo ser tão intensamente bom. Gostaria de colecionar os momentos
pérolas, diamantes, ouro puro, que vivemos juntos. Sem compromisso com a
cronologia, sem ordem de importância. mas o que isso tem a ver com triathlon? Como isso poderia interessar aos leitores?
Então
resolvi partir pra outro estilo. Humor. Comecei a imaginar uma publicação sobre
triathlon que não fosse séria, que parodiasse as revistas femininas, as de
fofoca ou as de carro. Uma revista sincera, com matérias do tipo:
“Muito além
do Garmin – as funções que você nunca usou e porque elas não servem para nada
mesmo” ou
“Colucci revela: jamais pensei que iria gostar de me depilar com cera quente”.
“As dez
provas mais sofridas de Ironman: escolha a sua!”
E
outras bobagens do gênero. Mas fiquei insegura. Não achei as tiradas muito boas
e não deu muita vontade de continuar. Fiquei pelo caminho.
Talvez
eu esteja destreinada. Talvez seja besteira voltar a blogar. Não posso dizer
que não tenha tentado. Não posso dizer que não falei das flores.
Opa!!!! Como assim??? Detalhes ortopédicos são chatos????? Kelly, você concorda com isso???? Sem contar a falta de "detalhes radiológicos", que também não são chatos!!!!!
ResponderExcluirA vida segue...o blog também! Viva!!!
Q bom q vc voltou. como e bom passar por aqui.
ResponderExcluirPois é Claudia, também passei por uma fase semelhante, que chamei de "fase oca"....(rs)
ResponderExcluirEu não sabia muito bem o que escrever, já que tinha me cansado daquela coisa de ficar falando de treinos toda semana...
De qualquer jeito, você tem inteligência e uma lupa muito especial para ver as coisas curiosas de nosso mundo "triatlético".
Fora esse dom para lidar com as palavras que vou te contar....
E para isso não é necessário treino. Basta ser você mesma.
Seguindo o comentário do Daniel, "Viva"!!!!
Que bom que voltou, Clau! Gosto muito como vc escreve, tanto faz qual assunto. beijo
ResponderExcluirVolta perfeita! Pra mim, que não sou tão atleta, foi muito bom ler esses pensamentos e sentimentos descompromissados, leves, pérolas!
ResponderExcluirSó tenho uma palavra pra vc: aêeeee!
ResponderExcluirClau !!! Que bom que voltou ... Eeeeeeeeeeeeee !!! com treino ou sem treino, não desapareça mais ...!!!
ResponderExcluirUfa! Até que enfim você voltou ! Nao importa o assunto para quando se escreve bem. Seja BEM VINDA !
ResponderExcluirNão li ainda,mas não podia perder a oportunidade de festejar a sua volta.Uuuuuuuuuhhhhhhhhhhhuuuuuuuuuuullllllllllllllllllllll.
ResponderExcluirClaudia,
ResponderExcluirmuito legal ter notícias suas e curtir este blog que sempre me passou excelentes dicas.
Abraço.
Jorge Monteiro
Tá, entendi. Vai voltar, beleza ;-).
ResponderExcluirBjs.
Claudiaaaaaa, fez falta!!! Adorei a idéia da revista... pensa mais um pouco nela, acho que dá samba!! bjs
ResponderExcluirOi Claudia, adorei sua volta, ja ia te mandar um e mail perguntando novamente se nao ia voltar :)
ResponderExcluirEstarei aqui acompanhando o que vier!
Bjs
Lu