sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Clearwater 2008 – venturas e desventuras – parte 3 (parte 1 e 2 estão logo ali embaixo)


Comecei a tremer. Esfreguei os olhos para tentar acordar do pesadelo. Na minha cabeça passava eu já me via no filme “O Terminal”, lembram? Aquele em que o Tom Hanks, por questões burocráticas, fica morando num terminal de aeroporto americano. Pronto. Este seria o meu destino. Afinal, como é que iria sair dali sem passaporte e sem passagem?
Desesperada, fui até pessoal da America Airlines que estava por ali. Expliquei minha situação, pedi ajuda. Eles me ajudaram a procurar e começaram a anunciar pelos alto-falantes que uma pessoa havia perdido uma bolsinha com os documentos.
Esperei alguns minutos. Quase chorando. De repente, olhei pro relógio e vi que faltava apenas uma hora pra minha conexão. Se eu não saísse dali logo, perderia o vôo pra Tampa. Conversei com outra pessoa da AA e ela me disse que se eu tivesse qualquer documento com foto e meu nome, eu conseguiria emitir outro cartão de embarque. Por sorte, na última hora, eu havia pego a minha CNH. “Nunca se sabe”, eu havia pensado, “quando será preciso dirigir um carro!”.
Peguei minhas bagagens e saí. Fui até o balcão das conexões e disse– Claudia Aratangy – para a atendente. Ela não encontrou a reserva. Eu ia começar a chorar, mas antes, pedi “try Rosenberg, Claudia”. Lá estava. Despachei as malas. Ufa. Até Tampa eu conseguiria chegar. Ainda que sem passaporte.
Fui até o achados e perdidos. Ninguém havia entregado nada. Preenchi um formulário e fui andar, pensando no que deveria fazer. Eu tinha alugado um celular. Lembrei que o marido da Élida, a amiga na casa de quem eu planejara passar uns dias depois da prova, trabalhava na American Airlines, naquele aeroporto. Se, por acaso, minhas coisas fossem encontradas depois de eu ir para Clearwater, eu poderia pedir para ele resgatá-las para mim. Isso me deixou um pouco mais calma. Liguei para ela, mas deu caixa postal.
De repente, me dei conta de que não havia acertado meu relógio. Isso significava que eu tinha duas horas a mais do que eu pensava! Quem sabe não daria tempo de minhas coisas reaparecerem?
Sentei-me num dos bancos e me lembrei de Ana, uma amiga muito sábia, e pensei: “o que ela faria nesta situação?”. Então, fechei os olhos e imaginei uma pessoa encontrando pegando o carrinho onde estava meu envelope verde, levando pra longe sem perceber o que fazia. Daí, imaginei outra achando o envelope, abrindo, vendo meu passaporte, imaginado minha angústia. Então essa pessoa perguntaria onde era o “lost and found”, iria até lá e entregaria aos responsáveis. Como não tinha dinheiro e nem cartões dentro dele, havia esperança. Fiz quase uma prece, de tão fervorosa que eu estava.
Liguei pra minha mãe, contei meu infortúnio. Pedi que ela não comentasse nada com meu marido. Imagina o tanto que ele iria me alugar se soubesse?
Passados uns 30 minutos decidi voltar até o balcão dos achados e perdidos. E...
SIM! Uma alma caridosa havia encontrado e devolvido meu querido envelope verde de lona.
Quase beijei o pessoal na boca de tão feliz e aliviada que fiquei. Comprei um moletom típico escrito “Miami” – porque estava morrendo de frio e, novamente livre, leve e solta parti para a sala de embarque.Pensa que o vírus da distração e do esquecimento me largou vez? Que nada

2 comentários:

  1. Claudia,
    Sou exatamente atrapalhado e perdido.
    Perco coisas nos incontaveis bolsos, que diria em um aerporto.
    Bjos
    Harry

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  2. Claudia! Puxa!!! não sabia que vc tinha passado por todo esse apuro antes de chegar a Clearwater! estou ansiosa para saber do final da aventura ...!!! vc precisa voltar lá este ano, na segunda vez vai tudo dar certo !!! KKKKKKKKKKK!!!

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