domingo, 9 de agosto de 2009

Corridas e medos

Não tenho conseguido escrever muito sobre meus treinos de corrida. Não tenho conseguido correr direito. A dor no tornozelo vai e volta. Não dói quando eu corro, dói depois. Uma dorzinha nas laterais do pé, subindo um pouco pela panturrilha. É suportável, mas incomoda, por exemplo, na hora de dormir.
Fico preocupada de não treinar direito. Fico com medo de não voltar a correr bem. Aos 45 anos, manter o ritmo é uma conquista, já que a tendência é piorar, afinal de contas. E quando a gente tem essas lesões que nos colocam fora de combate por um período prolongado é cada vez mais difícil reconquistar aquela passada, agüentar aquele pace que antes parecia natural.
No esporte amador – triathlon, biathlon, travessias ou a corrida mesmo (que são os que tenho praticado) – a maioria de nós compete de farra, mas compete. Compete um pouco com os outros mas, a maior competição é consigo mesmo. A gente presta atenção, por exemplo, quando faz um mesmo percurso ou uma mesma prova, para ver se melhora o próprio tempo. Comparamos nossa colocação com relação aos adversários: “Puxa, eu sempre ganhou daquela figura... como é que pude perder pra ela hoje?!”
Então confesso que estou um pouco temerosa de me frustrar na prova de Penha, daqui a 20 dias. Fui bem o ano passado, tive um resultado melhor do que esperava. Foi meu primeiro meio iron, eu estava bem treinada, mas não tinha muitas expectativas de resultado. Queria terminar. Agora estou achando que meu resultado não vai ser tão bom e eu vou ficar chateada.
No fundo, no fundo, o maior temor é o de estar correndo contra o tempo. Da chegada de uma hora em que não possa correr ou pedalar. Uma lesão crônica, uma limitação na visão, a osteoporose que assola minha família. Vixe. Estou pessimista hoje.
Por isso estou aqui, escrevendo e buscando exorcizar esses temores.

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