Uma das melhores coisas que o triathlon me trouxe foram as amigas. Não somos muitas as mulheres nos treinos e nas competições. Cerca de 20-25%. Talvez por isso, nosso jeito de competir umas com as outras seja mais companheiro e amistoso. Consideramos-nos vencedoras pelo simples fato de participar de uma prova ou de estar num treino às 5h da manhã, no frio, em que mesmo o quórum masculino é reduzido. No pódio, festejamos e nos cumprimentamos com autêntica alegria. Os triatletas comentam perto de nós que conseguiram “o alvará de soltura da patroa” para o pedal de domingo. Nós precisamos negociar com nossos maridos ou namorados, deixara refeição engatilhada, lidar com a culpa de não estar em casa na hora em que os filhos acordam, encontrar disposição pra aquele almoço com os sogros (ou com os próprios pais) .
Despertamos olhares de admiração dos nossos colegas homens. Eles, que competem a sério, morrem de medo de serem passados para trás por alguma de nós. E às vezes o são. Sabemos dosar. Não temos aqueles montes de testosterona explosiva que parece fazer com que alguns homens passem todo o tempo exibindo sua força. Temos progesterona, que nos torna mansas e persistentes.
Duas coisas, basicamente, fazem as amizades femininas nesse esporte tornarem-se tão especiais. A primeira é compartilhar experiências intensas como as provas e suas respectivas preparações. Vivemos o medo, o esforço, o cansaço, a superação do desafio, a alegria e podemos falar do que sentimos umas com as outras. A segunda, é a oportunidade de uma convivência mais próxima, seja nos fins-de-semana de treino, seja numa viagem para uma competição, que também nos tornam mais íntimas. O vínculo com essas amigas tornou-se especial em um curto espaço de tempo.
Esse seleto grupo de amizades femininas triatletas é composto por pessoas de faixa etária variada (mas sou a mais velha de todas), formações e ocupações, idem. É uma coleção de preciosidades. Farei pequenas homenagens a elas – sem hierarquia.
Gra. Nossa Demi Moore. Mais bonita, aliás. A primeira conversa que tivemos foi num trotinho no Ibirapuera. Aquela menina me conta que já tem filhos de 17 e 18 anos e está casada com o mesmo marido há 20 anos. Além disso, havia acabado de fazer um iron. Comecei a admirá-la na mesma hora. Uma vida tão diferente da minha. Um jeito de ser contido, discreto, quase silencioso e, ainda assim, uma presença marcante. Quem não sabe quem é a Gra? Presença infalível nos treinos, detonadora de planilhas, 100% de aplicação. CDF ou “caxias”.
E, de pedalada em pedalada, de café em café, de torpedo em torpedo, fomos ficando cada vez mais amigas. Devo a ela vários macetes que aprendi. Em 2008 foi minha grande parceira de treinos. Companheira que não deu um furo. Combinado com ela era sacramentado. Não tinha que esperar confirmação. Em 2009 estava se preparando para o Iron, começou a ter problemas de saúde e teve de mudar seus planos. Fiquei preocupada, achei que ela iria entrar numa depressão daquelas. Mas não. Ficou triste e encarou a tristeza – sem tentar passar por cima, mas tampouco sem se entregar a ela; adaptou-se, mudou seus planos, se tratou. Cresceu. Uma verdadeira guerreira escondida naqueles ares de gueixa.
Cris. É um sol, luminosa e radiante, também de uma beleza resplandecente. Com ela, não tem tempo ruim. Ela é professora de yoga, tem todo um lado espiritual e meditativo que, à primeira vista, parece não combinar nada com uma modalidade como o triathlon. Mas combina. Não é das mais aplicadas, bissexta nos pedais das madrugadas, aos sábados aparece treino sim, treino talvez... Mas nas provas, ela cresce e aparece. E sua companhia nos café da padoca, anima a mesa!
Nossa conexão se estabeleceu instantaneamente. Fomos juntas pra Santos fazer um troféu Brasil, depois encaramos o Desafio da Serra em Campos do Jordão, no início de 2008 fizemos o Internacional e, no final do ano, fomos as duas famílias (dois casais com sete meninos) para Paúba faríamos a Fuga das Ilhas. Nesta ocasião, Robert, marido dela, ficou com todos os meninos enquanto ela, meu marido e eu nadávamos.
Em todas essas vezes nossa sincronia foi perfeita. Os horários, as refeições, as arrumações... Todo o ritmo e a rotina de antes e depois da prova fluem com tranqüila naturalidade.
Nilma. Empatia imediata. Foi assim. Trocamos duas palavras antes do início de um Troféu Brasil na USP. Ambas iríamos fazer a distância olímpica e éramos pouquíssimas mulheres naquele dia frio de agosto. Passei por ela no pedal e disse “E aí, Botucatu!” Não lembrava seu nome , só sua cidade. Em Penha, nos encontramos durante o pedal. Aí sim, o nome estava escrito no número de peito e pude chamá-la. Pedalamos lado a lado por um tempo, conversamos sobre treinos e sobre a possibilidade de ir para o mundial em Clearwater, Florida. Ambas nos classificamos.
Começamos a nos falar por e-mail, depois por telefone. Primeiro, pra trocar informações sobre a viagem, depois para falar das expectativas e da ansiedade. Combinamos de nos falar em Clearwater e, logo no primeiro dia, encontramo-nos por acaso na loja em que eu montava minha bike!
A partir dali, passamos muito tempo juntos: Neto (namorado dela), ela e eu. Foram companhias importantíssimas. Leves, divertidos, alegres. Chegamos quase juntas no final da prova e estávamos exultantes. Jantamos, tomamos café, passeamos e, o mais significativo – fizemos juntas compra de equipamentos – o que é muito importante, pois trocamos impressões, opinamos uma sobre as aquisições da outra e tornarmos um momento que pode ser aborrecido, em diversão.
Ela fez o Iron este ano e é uma das pessoas que muito me influenciou na decisão de me inscrever. É lindíssima. Leitora deste blog, uma das que mais me anima e incentiva a continuar. Nossa amizade este ano está à distância. Mas sempre que nos falamos, ficamos 30, 40 minutos ao telefone. Parece que somos amigas há anos!
Despertamos olhares de admiração dos nossos colegas homens. Eles, que competem a sério, morrem de medo de serem passados para trás por alguma de nós. E às vezes o são. Sabemos dosar. Não temos aqueles montes de testosterona explosiva que parece fazer com que alguns homens passem todo o tempo exibindo sua força. Temos progesterona, que nos torna mansas e persistentes.
Duas coisas, basicamente, fazem as amizades femininas nesse esporte tornarem-se tão especiais. A primeira é compartilhar experiências intensas como as provas e suas respectivas preparações. Vivemos o medo, o esforço, o cansaço, a superação do desafio, a alegria e podemos falar do que sentimos umas com as outras. A segunda, é a oportunidade de uma convivência mais próxima, seja nos fins-de-semana de treino, seja numa viagem para uma competição, que também nos tornam mais íntimas. O vínculo com essas amigas tornou-se especial em um curto espaço de tempo.
Esse seleto grupo de amizades femininas triatletas é composto por pessoas de faixa etária variada (mas sou a mais velha de todas), formações e ocupações, idem. É uma coleção de preciosidades. Farei pequenas homenagens a elas – sem hierarquia.
Gra. Nossa Demi Moore. Mais bonita, aliás. A primeira conversa que tivemos foi num trotinho no Ibirapuera. Aquela menina me conta que já tem filhos de 17 e 18 anos e está casada com o mesmo marido há 20 anos. Além disso, havia acabado de fazer um iron. Comecei a admirá-la na mesma hora. Uma vida tão diferente da minha. Um jeito de ser contido, discreto, quase silencioso e, ainda assim, uma presença marcante. Quem não sabe quem é a Gra? Presença infalível nos treinos, detonadora de planilhas, 100% de aplicação. CDF ou “caxias”.
E, de pedalada em pedalada, de café em café, de torpedo em torpedo, fomos ficando cada vez mais amigas. Devo a ela vários macetes que aprendi. Em 2008 foi minha grande parceira de treinos. Companheira que não deu um furo. Combinado com ela era sacramentado. Não tinha que esperar confirmação. Em 2009 estava se preparando para o Iron, começou a ter problemas de saúde e teve de mudar seus planos. Fiquei preocupada, achei que ela iria entrar numa depressão daquelas. Mas não. Ficou triste e encarou a tristeza – sem tentar passar por cima, mas tampouco sem se entregar a ela; adaptou-se, mudou seus planos, se tratou. Cresceu. Uma verdadeira guerreira escondida naqueles ares de gueixa.
Cris. É um sol, luminosa e radiante, também de uma beleza resplandecente. Com ela, não tem tempo ruim. Ela é professora de yoga, tem todo um lado espiritual e meditativo que, à primeira vista, parece não combinar nada com uma modalidade como o triathlon. Mas combina. Não é das mais aplicadas, bissexta nos pedais das madrugadas, aos sábados aparece treino sim, treino talvez... Mas nas provas, ela cresce e aparece. E sua companhia nos café da padoca, anima a mesa!
Nossa conexão se estabeleceu instantaneamente. Fomos juntas pra Santos fazer um troféu Brasil, depois encaramos o Desafio da Serra em Campos do Jordão, no início de 2008 fizemos o Internacional e, no final do ano, fomos as duas famílias (dois casais com sete meninos) para Paúba faríamos a Fuga das Ilhas. Nesta ocasião, Robert, marido dela, ficou com todos os meninos enquanto ela, meu marido e eu nadávamos.
Em todas essas vezes nossa sincronia foi perfeita. Os horários, as refeições, as arrumações... Todo o ritmo e a rotina de antes e depois da prova fluem com tranqüila naturalidade.
Dani. Conheço poucas mulheres bem-humoradas como ela. Mas não é um humor qualquer – é sofisticado, sagaz e rápido. Ainda por cima, é bonita também. De uma beleza matreira e moleca. Profissional em plena ascensão, implacável com os homens. Mas ficava sempre atrás no pelotão. Nem na roda ela conseguia! Nesses dois anos de convívio tivemos conversas seriíssimas em cima da bike, trotando no Ibira, correndo na USP. Ela estava começando a cair na armadilha da mulher auto-suficiente. Aí apareceu o Celso. E neutralizou qualquer fuga que ela pudesse pensar em fazer. Deu a ela uma bike decente e a ensinou a pedalar.
Ela continua profissional competente, continua simpática e sorridente, mas agora seu olhar está mais doce.
Não posso contar com ela nos treinos. Nisso ela não é mesmo ponta firme. Em compensação, quando ela aparece, sua companhia é por inteiro. Num dos piores momentos que passei este ano, as tiradas da Dani (junto às do Cachorro Louco) me fizeram rir. Rir de mim mesma, da situação em que estava e ficar mais leve. Ela sabia e foi o jeito de cuidar de mim. Um jeito ótimo e original, como ela.
Ela continua profissional competente, continua simpática e sorridente, mas agora seu olhar está mais doce.
Não posso contar com ela nos treinos. Nisso ela não é mesmo ponta firme. Em compensação, quando ela aparece, sua companhia é por inteiro. Num dos piores momentos que passei este ano, as tiradas da Dani (junto às do Cachorro Louco) me fizeram rir. Rir de mim mesma, da situação em que estava e ficar mais leve. Ela sabia e foi o jeito de cuidar de mim. Um jeito ótimo e original, como ela.
Nilma. Empatia imediata. Foi assim. Trocamos duas palavras antes do início de um Troféu Brasil na USP. Ambas iríamos fazer a distância olímpica e éramos pouquíssimas mulheres naquele dia frio de agosto. Passei por ela no pedal e disse “E aí, Botucatu!” Não lembrava seu nome , só sua cidade. Em Penha, nos encontramos durante o pedal. Aí sim, o nome estava escrito no número de peito e pude chamá-la. Pedalamos lado a lado por um tempo, conversamos sobre treinos e sobre a possibilidade de ir para o mundial em Clearwater, Florida. Ambas nos classificamos.
Começamos a nos falar por e-mail, depois por telefone. Primeiro, pra trocar informações sobre a viagem, depois para falar das expectativas e da ansiedade. Combinamos de nos falar em Clearwater e, logo no primeiro dia, encontramo-nos por acaso na loja em que eu montava minha bike!
A partir dali, passamos muito tempo juntos: Neto (namorado dela), ela e eu. Foram companhias importantíssimas. Leves, divertidos, alegres. Chegamos quase juntas no final da prova e estávamos exultantes. Jantamos, tomamos café, passeamos e, o mais significativo – fizemos juntas compra de equipamentos – o que é muito importante, pois trocamos impressões, opinamos uma sobre as aquisições da outra e tornarmos um momento que pode ser aborrecido, em diversão.
Ela fez o Iron este ano e é uma das pessoas que muito me influenciou na decisão de me inscrever. É lindíssima. Leitora deste blog, uma das que mais me anima e incentiva a continuar. Nossa amizade este ano está à distância. Mas sempre que nos falamos, ficamos 30, 40 minutos ao telefone. Parece que somos amigas há anos!
Mari. Um dia meu marido chegou de uma corrida e disse “Conheci uma amiga sua muuuuito, mas muuuuito simpática! Nossa, que pessoa legal!”. Era da Mari que ele falava. E ele não é uma pessoa que costuma se empolgar com as demais e muito menos manifestar esta empolgação. Não era exagero. A Mari é assim. Encantadora. Seus olhos são dois vaga-lumes, daqueles verdes, que brilham muito na escuridão. Mas no caso dela, brilham em plena luz do dia e têm o poder de ofuscar qualquer resquício de mau-humor ou baixo-astral.
Logo que nos conhecemos, ela contou que havia feito o Iron há muitos anos. Eu me espantei: “Como? Muitos anos? Quantos anos você tem?”. Não quis me contar a idade (ela guarda seus mistérios) mas confessou que era uma das caçulas na competição.
E é assim, uma desbravadora. Não tem medo de abrir caminhos. Veio do interior para São Paulo e ganhou a cidade grande. Aliás, o contrário: a cidade grande é que ganhou com a vinda da Mari.
Foi pro Rio de Janeiro fazer um estágio: ela a bike, a cara e a coragem. Logo já estava treinando com uma turma. Mas não faça besteiras se estiver num pelotão com ela. Vira bicho e bronqueia mesmo!
Ela se formou, passou na OAB e formatura será dentro de alguns dias. Estou muito honrada em ser convidada para a festa, ver minha amiga brilhar mais uma vez.
Logo que nos conhecemos, ela contou que havia feito o Iron há muitos anos. Eu me espantei: “Como? Muitos anos? Quantos anos você tem?”. Não quis me contar a idade (ela guarda seus mistérios) mas confessou que era uma das caçulas na competição.
E é assim, uma desbravadora. Não tem medo de abrir caminhos. Veio do interior para São Paulo e ganhou a cidade grande. Aliás, o contrário: a cidade grande é que ganhou com a vinda da Mari.
Foi pro Rio de Janeiro fazer um estágio: ela a bike, a cara e a coragem. Logo já estava treinando com uma turma. Mas não faça besteiras se estiver num pelotão com ela. Vira bicho e bronqueia mesmo!
Ela se formou, passou na OAB e formatura será dentro de alguns dias. Estou muito honrada em ser convidada para a festa, ver minha amiga brilhar mais uma vez.
Thelma, Carla, Kiki, Tarsila, Patê, Paulinha, Viveka, Julinha, Lidiane. São outras valentes e queridas amigas do esporte. Quero homenagear todas vocês!
Claúdia ! Que honra receber uma homenagem tão linda em seu blog ! vc é realmente uma "Tri"amiga especial...que espero manter para sempre, dentro e fora do apaixonante mundo do Triathlon !!!
ResponderExcluirClau... voce eh realmente Demais....
ResponderExcluirUm exemplo de disposicao e determinacao.
Continue escrevendo, porque vc escreve muito bem. Continue tambem com essa energia contagiante, sempre ponta firme pro der e vier.
Sou sua mega fa!!!
Adorei!!!!
Madrinha liiiiinda!!!!
ResponderExcluirFiquei muito emocianada em fazer parte desse seletissimo grupo...
Você é muito especial para mim, muito mesmo...
Modelo de profissional, atleta, mãe (e mãe dos caras!!!), mulher... aff... até cansa.. rsrs...
Também sou sua fã... alías mais uma das suas muitas fãs...
Um beijo muito carinhoso!
Oi Clau, vc sabe que eu quase chorei quando li né?
ResponderExcluirTenho saudades dos nossos papos em cima da bike antes de começar o treino as 5:30 da manhã! Pode isso? Bater papo antes das 5:30 da manhã? É privilégio nosso!
Adorei a homenagem!
bjos
Gra
Clau querida! Adorei seu blog...
ResponderExcluirParece tão profissional, parabéns!
As fotos me dão enorme saudosismo amiga!
Puxa vida, que vontade de voltar!
Vou checar sua planilha e analisar minha vida!
Vamos nos falando, ok!
Qq dia quero ir aí brincar com seus filhotes lindos... adoro eles!
Um lindo dia! Quando estiver com uma janela no seu dia me avise para que possamos nos encontrar!
Bjinhos
Clau, querida!
ResponderExcluirNossa nao havia notado que vc havia feito essa homenagem tao carinhosa!
Quando entrei da outra vez no blog, como em todas as fotos vc la está, essa, que vc nao estah, mas eu estou, nem notei! Ops...
Amei as palavras!! Saiba que o carinho que tenho por vc eh daqueles dignos apenas de pessoas mto especiais, e que guardam um lugar especial dentro do meu coracao! adoro sua familia, seus filhos lindos e seu marido atleta gente bonissima!
Vc eh daquelas pessoas que o tempo nao apaga a presenca sempre constante na lembranca que, quando encontramos, a sensacao eh de ter se visto ontem! Coisa boa demais!
Vai com forca, fe, e mto amor ao esporte amiga! O Iron vai ser uma emocao unica na sua vida e vc vera que crescera enquanto atleta e acima de tudo, nas qualidades humanas!
Te adoro!
Ahhh, estou analisando a planilha e minha vida e repensando! Nos falamos em breve!
Bjinhos